10 setembro 2009

Independência ou...

"Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade."
IICor. 3:17


O mundo inteiro fala sobre liberdade sob uma ótica pós-moderna. Falamos de liberdade quando queremos apresentar desculpas sobre as nossas atitudes que, diga-se de passagem, em sua grande maioria são atitudes egocêntricas.
O pecado nos faz acreditar que, de fato, somos livres para fazer o que quisermos. Porém se analisarmos a nossa vida à luz da Bíblia e daquilo que fazemos durante sua fugacidade, diversas vezes nos confrontamos com esse conceito. Por exemplo, nós não escolhemos quando iremos nascer, nem quando iremos morrer, nem que nome nós teremos, que família teremos, onde iremos nascer e onde iremos morrer. "O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada"(Jo.3:27), já dizia João Batista, e com muita categoria. O grande problema da sociedade atual é crer nessa falsa sensação de liberdade, onde podemos fazer o que quisermos, indiscriminadamente, sem ter que pagar pelas nossas conseqüências. Lembro-me até hoje de determinada novela no qual a vilã, após inúmeros atos de vandalismo empresarial e moral, termina a novela fugindo impune, rindo-se de seus feitos. Mas essa sensação de liberdade que nós temos é apenas um trejeito do inimigo para descentralizar das nossas vidas a magnitude de um Deus tão soberano para nós mesmos.
O ser humano através dos séculos descobriu, ao observar a si mesmo e aos demais de sua sociedade, diversos segmentos do homem que, até então, eram ignorados. Como veículo de informação, o homem é preso àquilo que ele aprende conforme o seu desenvolvimento. Aprendemos nas escolas que nós nascemos, nos desenvolvemos, nos reproduzimos e, então, morremos, num processo repetido inúmeras vezes, geração após geração. Ao observar o ciclo da vida o homem comum avistou o que seria um ciclo viciado, onde geração vai, geração vem, e nada muda na vida do ser humano, a não ser o processo de vida de um determinado indivíduo, que seria marcado pelas suas experiências conforme ele se desenvolvia e observava os outros. Porém o homem se prendeu a essa cadeia viciosa e foi, ao longo de séculos, se desprendendo de sua moral e sua ética. E a partir daí, o homem começou a dar mais valor àquilo que ele podia tocar, ver e mostrar a público do que àquilo que ele teria de desenvolver conforme seu amadurecimento. Assim feito, o homem enfrenta agora uma nova cadeia: seu próprio EU.
Porém a liberdade descrita ao longo de toda a jornada bíblica não é esse castelo fantasioso, mas a liberdade de se ter a submissão ao pecado e suas correntes devastada, a libertação das nossas almas da condenação eterna e do peso que nossos pecados têm em nós. Paulo sabiamente afirmava que "o faço o bem que prefiro, mas o mal queo quero, esse faço"(Ro 7:19), pois ele entendia o que era a liberdade de Deus. Certo filme de Hollywood nos traz uma belíssima lição de moral ao afirmar que "grandes poderes trazem grandes responsabilidades"; se temos o poder de destruir vidas rapidamente, devemos então cuidar da nossa responsabilidade de preservá-la; se temos o poder de fazer aquilo que queremos, devemos então cuidar para fazer aquilo que é melhor para um bem comum.
Desprezo, por fim, completamente esse equivocado senso de liberdade/independência. Desprezo também, assim, toda e qualquer teoria iluminista que coloque o foco em mim, e não em Deus. Pois penso que é melhor depender de deus para que Ele tome todas as decisões por mim, do que tentar fazer à minha maneira, de qualquer jeito e acabar colocando os bois na frente da carroça.

Sem mais!